1. |
Horizonte, Abismo
14:28
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não há mais chão firme para se aterrar os pés
mares, lagos e rios de lama tomaram conta
de todos os caminhos e de todas as moradas
não há mais separação das águas.
sem mais terra onde se cultiva esperanças e sonhos
não me incomoda mais a imagem que vejo
do maior pico devastada e sem cor
o início está próximo
os céus se recusam a deixar chover
e gritam através de seus trovões : é o fim e o início
horizontes não olham de volta para nós em suas vertigens
os sopros que nos traziam boas novas carregam agora só silêncio
horizonte, abismo
e em tentativas desesperadas
de ser reconhecido
de voltar a origem
somos jogados
em espirais de memórias
que descargam para a escuridão
seco, infértil
não somos um ciclo em que todos se pertencem
os arautos do cinza e da fumaça
se desalinharam de uma conexão cósmica
inimigos surgiram que montam em outras costas
humanos demais para meu gosto
lutamos contra o tempo, uh!
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2. |
Fogo! Na Babilônia
13:27
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chove!
chove fogo em cima do reino humano
e todo o ar é pólvora
cai, cai ácido sobre a pele civilizatória
reis e rainhas degoladas
deuses e mestras mortas
fogo na babilônia!
os gritos de desespero ecoam por todas as matas
os humanos não estão sustentando
a mente humana se desintegra em si mesmo
e há sim, senciência nas coisas naturais
que celebram o futuro próximo.
pois o desmanche humano está por vir
se da terra veio, para a terra retornará
mas não antes da loucura em massa vir
fogo na babilônia!
tudo que foi erguido acabará em ruína e em chamas para a vida renascer
tudo construído por humanos e humanas é certeza que vai desaparecer
tão natural quanto a morte será o macaco nu por palavra enlouquecer
anestesiados pela burocracia domesticados impedidos de crescer
o ódio que surgiu de injustiça e avareza agora retorna em cada alvorecer
os mares clamam pela guágua de todos os cantos para juntarem e fazer
tudo inundar
os vulcões riem pois derreretem cidades e corpos sem pena, tudo tem de morrer
terremotos dançam de baixo da terra para alimentar o solo com defuntos de opressor
ciclones desolam terras e casas em seus grandes assobios não demoram a chegar
tempestades de areia escondem todos os vestígios virão, virão para nos enterrar
um sol tão forte que apenas num piscar, num piscar, gozará ao nos pulverizar
todos os barulhos ensurdecem homens e mulheres, a Força quer que tu vá se foder
todos seres vivos que não são humanos esses sim, esses sim tem de permanecer
a natureza por vingança e com toda sua força esmagará toda a civilização
apocalipse ou fim do mundo chame como quiser não vejo a hora da mudança vir a ser
se eu fosse desejar uma coisa na vida seria estar presente quando acontecer
não há reencarnação ou vida após a morte para em outro plano a gente retentar
o que foi erguido acabará em ruína e em chamas para vida renascer.
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3. |
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4. |
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não se surrende a linguagem
e às palavras venenosas
controladas e limitadas
artifício nojento fadado ao acaso
carregada pelas ondas do progresso
foi se embora casas, famílias e alimentos
apagaram a trilha de caminhos à paz
impediram a verdadeira vontade e intuição
todas ferramentas e processos
são navalhas que cortam (o que não sangra)
mas que destroem o que já foram a ausência de sonhos
correntes, mordaças e armas te anulam.
amarram você de joelho
te vedam e te surdam
enquanto estupram terras natais
ceifaram as árvores que se plantaram
fizeram ponteiros de relógio
para tacarem na boca de vulcões de aço
minha esperança se chama pólvora
minha esperança se chama fogo
ela chama bomba
quando se busca existir tão certo quanto a morte
abraça-se a fome, o frio e o medo
quando-se esquece a língua humana
o escuro se torna mais claro
(s rastejos da mata não alertam mais
despede-se do ódio para com os semelhantes
o espelho deixa de ser importante
uma vez animal me transformei em humano
os olhos não piscam mais
a sede é de se construir ruínas
fabricas em pó
usinas no chão
eletricidade desaparecida
foda-se toda tecnologia)
eu sinto falta de minha terra
de meu lar onde não há guerra
dos pelos crescidos e garras grandes
subir árvores e cavar covas de presas
de ser caçado e caçar
de morrer envenenado
do silêncio cantado por pássaros
de chuvas que trazem a paz
de todo o alimento colorido
de vários serem meus abrigos
e de céus não manchados.
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5. |
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Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver
Deixe-me ir
Preciso andar...
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