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No Ruidar da Mata que Mirra

by Kaatayra

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Jordan Vauvert
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Jordan Vauvert No Ruidar da Mata que Mirra, c'est la naissance de Kaatayra, one-man band de black metal atmosphérique porté par une seule et même personne, un certain Caio Lemos.
"Un groupe de plus de black atmo" me direz-vous, surtout en écoutant la première piste. En réalité, le monde singulier de Kaatayra se déploie vraiment à partir de "Das Serras, Sapiência e Sumidade" avec le chant clair et les percussions traditionnelles. A partir de là, il vous sera impossible de décrocher de cette musique primordiale. Favorite track: Contra o Delírio Urbano, um Manipanso.
Lian Gerbino
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Lian Gerbino Buenisimo!!! Clarividencia es una belleza! Favorite track: Clarividência em Xara.
carnivaloftrees
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carnivaloftrees Beautiful record FULL of incredible ideas. I think Caio refined his sense of song development in subsequent records but this album is outstanding nonetheless. Favorite track: Valhacouto de Lírios.
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1.
sinto um chamado que não é pelo som, vem da mata que descansa distante, de lá, os ventos trazem não só pó, mas também a saudade do que seremos há talvez além de só paz em mar profundo refugios encantados saberes esquecidos pelo mundo um sossego que penetra corpos uma solidão de mortos que nos importam não é para o céu que os espíritos vão e sim para o chão onde a água pesa mais que o cantar das ondas te botes a dormir e que elas não te façam pensar no fim por vir em litorais onde ainda há verde jazem placas suspensas que a mente ouve: morras bem sozinha portanto, estejas bem sozinha não ouses mais fraquejar a baixo de nuvens depois do dia que te vi sorrir com os olhos cerrados e expressão leve, louvei o futuro que pruns demora e lamentei por outros que é breve ao subir rios pude cumprimentar horizontes e em alto ar, num altar, ouvi bem o som ausente desafiei deus e jurou-me que não mente "estou morto" ele me garantiu que a morte é silenciosa e que ai! de nós se não buscarmos paz agora.
2.
enquanto desço na companhia de amigos-peixes miro às serras que se constroem longe absorvi de vez a pequenez de mim, mas, não digo que do absoluto me despedi sem dúvida o que serão daqueles que são de culpa? que não evitam pensar em suas falhas que não evitam se esconder entre folhas como se envergonhassem por suas escolhas como se não pudessem chorar sob cascatas cada gota d'ágrima não será julgada, pois, sera mais uma dentre tantas outras, então chores tu também nascestes em pranto, com certeza mundano e não é por isso que deves usar essa máscara há cores que não esperam por ti barulhos que são cegos à tua existência polens que envenenam árvores que dançam sobre cabeças estão nos pássaros, nas águas, e correntes prontos para te abraçarem, prontos para te levarem embora. prontos para te matarem embora, um curto assobio disperse a névoa de tua cabeça, não deixes de recuperar a noção de vontade e do fogo que arde sem maldade continue a subir o rio com leveza, com ou sem correnteza. perseveres.
3.
haverá sempre uma chance em xara, de calma pois, zelarão teu descanso, "durma agora com os com o pé à terra e vestido de nenhum manto" quando segui tais conselhos, obtive uma visão mais clara, deixei de atrofiar minha intuição e superei a vergonha de ser humano há uma divindade em sermos como somos uma maldição por ser pensante venefico não mais me iludo com a feiúra das palavras me despeço da música, minha maior aliada, que me permitiu ouvir o ruidar do solo os ensinamentos que com esse poema te conto sei não só através de sonhos, mas pelo meu corpo todo, que nosso fim está próximo, eu escuto ele chegar está não só em meu sangue mas em meu espirito a lamentação de meus ascendentes sempre me chamam a sonhar quando acordei; eu estava no ar petrificado, no ar vi nossas mãos dadas em ciranda que flutua, com outros animais, criaturas, semelhantes a nós, levitamos ao topo das árvores, cantávamos "alegria!, melancolia!", chorávamos ao lembrar que somos amados, dançávamos em celebração a vida, sopros faziam a roda girar; fomos embora em direção ao sol.
4.
saudade dos rios que nutrem meu corpo e da terra que me habita dos ventos que movimentam energias e do fogo que alimenta minha intuição já não são carnes e ossos que me sustentam mas a saudade da minha família mesmo já tendo partido há tempo para sempre pertence em meu corpo sinto os tambores que já foram tocados no tremer da terra de hoje ainda rufam e rufam vejo não só em minha mente as vidas que tive no passado um elo que não se perde que não é barrado nem pelas maiores devastações cada gota de seiva que engulo ecoa em euforia saudade dos nossos olhos virados ao branco das faíscas guiadas por nossas mãos das flores que nos alimentavam e das folhas que nos curavam apenas em sonhos podemos nos ter de novo
5.
lírios, lírios valhacoutam um lar e exalam um cheiro de mil mortos corre-se para a mata através d'arvores, para ninguém avistar em fortaleza em meditação se descobre que nunca haverá solidão minha memória é minha companheira toda a imaginação experienciada sensação compartilhada sentimentos vindo d'água fogo que ardia toda seiva já bebida toda vida já vivida, toda morte já morrida. de toda ancestralidade uma visão eu tive, do que eu tinha que fazer. me isolar de toda humanidade em busca do saber sim por misantropia
6.
um peso que paira no ar não pode ser erguido corruptos pensamentos corruptos hábitos nos assolam de fora e de dentro um destino amaldiçoado em vida urbana vida e morte urbana mas quando nossos lores mais antigos são reunidos em volta de fogueira e nossa música é tocada sobre nossas mais verdadeiras lamentações ergue-se um feitiço o distante rufar dos tambores sumona manipanso contra delírio urbano para limpar a sujeira das terras cinzas eu prefiro perder minha fé a todas as mágicas coisas que existem sob o céu, do que continuar vagando em ruas asfaltadas

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músicas gravadas no verão de 2018-2019

"sonha-se o sonhos de muitos,
de vidas incivilizadas
do fim da moralidade,
do retorno ao verde
do casar da terra e rios,
plantas e flores,
supera-se a vergonha de ser humano
sonha-se as vidas de ascendentes"

credits

released March 11, 2019

Caio Lemos - voz e instrumentos

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Kaatayra Brasilia, Brazil

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